Relatório Bobológico do Plantão 22-11

No relatório Bobológico de hoje, temos novidades: a Drª, que por ora irei chamar de Rosália, teve seu 1º plantão após sua formatura. Logo na recepção, recebemos a informação de que uma de nossas pacientes estava em cuidados paliativos, e nos foi solicitado que fôssemos ao quarto dela com carinho, para animar um pouco seus familiares. Estávamos em seis doutores palhaços: Eu (Dr. Matias Sôrrisal), Drª Rita Lina, Drª Coelho, Drª Bichinho, Drª Rosália e Drª Beltrana.

Plantonistas da noite

Minha dupla era a Drª Rosália. Começamos de forma mágica e sem pretensão justamente pelo quarto que nossa amiga recepcionista havia solicitado. Lá, descobrimos duas maravilhosas vizinhas que não se conheciam e nunca tinham se visto, mesmo dividindo um quarto. Nossas recém-amigas foram apresentadas, e descobrimos que ambas eram do mesmo estado. Olha que coincidência! Tínhamos, de um lado, uma paulista e, do outro, uma santista. A santista era DEZ (Destemida, Desbravada, Deslumbrante, Desinibida, Descontraída e qualquer sinônimo de vencedora com as iniciais Des). Já a paulista era encantadora e gostava de música clássica, então tocamos "Eguinha Pocotó" do Tim Maia para ela. Para a santista, tocamos "Pelados em Santos" dos Mamonas Assassinas.

No segundo quarto, conhecemos uma história de amor por cartas, de um casal com 42 anos de história, que se comunicava entre Minas Gerais e São Paulo por meio de cartas amorosas, com direito a fotos e textos. Em alguns momentos, as cartas extraviavam, e até hoje dona Nó nunca recebeu o nudes que seu amado lhe enviou. Ela teve que descobrir ao vivo. Era praticamente uma versão física de um chat de internet, que, por culpa dos correios, teve algumas falhas de comunicação. Porém, isso não foi impedimento para que esse amor acontecesse.

O terceiro quarto de visita foi um pouco mais delicado, uma situação de finitude em dupla. Focamos nos acompanhantes dos pacientes, pois eles estavam precisando de atenção especial. Primeiro, conversamos com a Vê, que curtia sertanejo e havia batizado seus filhos com nomes de cantores sertanejos. No segundo leito estava o Dé, que ficou curioso em saber mais sobre os desafios de imitar um liquidificador e não ser reprovado por acabar fazendo uma batedeira. Afinal, mesmo sendo uma tecnologia avançada, o liquidificador pode fazer o que a batedeira faz, mas a batedeira jamais superaria o liquidificador em suas diversas funções. A Drª Rosália teve que explicar ao Sr. Dé sobre a formação em Bobologia e as dificuldades que enfrentou enquanto aluna.

Dr. Matias Sôrrisal e Drª Rosália

No quarto quarto (sim, também achei estranho pensar no quarto de número quatro como quarto quarto), fomos checar o atendimento das Drªs Rita Lina e Coelho. Descobrimos que, às vezes, ser um "DIY" (que significa Do It Yourself, ou "faça você mesmo") é a melhor opção. Nosso novo amigo resolveu tatuar um dragão no próprio corpo. Porém, devido à falta de habilidade — e, talvez, talento —, acabou tatuando uma lagartixa com patágio (sim, essa palavra difícil significa uma membrana que permite à lagartixa planar, como um esquilo voador).

Em nosso quinto atendimento, encontramos nossa amada e querida Nane, dona da excelentíssima Virgulina, uma cadela inteligente que usa EPI e adora o colo de suas donas, e de sua companheira, a gata Adenoide. Falamos sobre o futuro da dona Nane e sobre sua cirurgia. Cantamos Arlinda Mulher e Tim Maia. No meio do atendimento, fomos agraciados com a chegada de uma dupla de novas amigas, que vieram prestigiar e acompanhar nosso show. No fim, nos sentimos famosos, com fãs, porque foram inúmeros flashes e fotos.

Quase no fim do atendimento, conhecemos dona Guta, uma maestra incrível da CCB, que nos agraciou com sua voz, sorriso e alegria. Tivemos que explicar nossa formação para sua filha, que desconfiou do meu MBA em Fofocologia e especialização em Bobologia, acompanhados do meu PhD em "Alô pra Tia e Alô pra Vó". Ela amou nossa atuação e, no meio do atendimento, o neto ficou apaixonado pela Drª Coelho. Contudo, sua sogra deixou claro que ele precisava ir à RDM e visitar a CCB. Tocamos o Hino Nacional e Aleluia, deixando claro que somos especialistas em Desafinologia Rítmica.

Finalizamos nosso atendimento em grande estilo, com todos reunidos em um quarto onde nossos amigos deram um show. Até o presidente Lula estava lá! Cantamos o nosso excelentíssimo rock do Pink Floyd e agraciamos os senhores Tonho, Lula, Ru e Zé com nosso repertório de Tim Maia.